Tradutores indígenas auxiliam o atendimento nos cartórios eleitorais no Amapá
Nos municípios de Oiapoque e Pedra Branca do Amapari, os tradutores auxiliarão eleitores indígenas que buscarem a Justiça Eleitoral
O corregedor regional eleitoral, desembargador Carmo Antônio de Souza, se reuniu na tarde desta terça-feira, 30, com a coordenadora da corregedoria, Elinete Nunes e o tradutor indígena Orineio Monteiro, da etnia Galibi Marworno, para acertar os detalhes do trabalho que será desenvolvido no cartório eleitoral da 4ª Zona em Oiapoque.
Segundo o planejamento do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), por meio da Corregedoria Regional Eleitoral, nos dias que antecedem o fechamento de cadastro, nas Zonas que atendem eleitores indígenas, serão disponibilizados tradutores com o propósito de facilitar o atendimento desse público. No Amapá, os municípios de Oiapoque, e Pedra Branca do Amapari, de acordo com o cadastro eleitoral de 2022, juntos possuem mais de 4.130 eleitores indígenas.
Oiapoque reúne quatro etnias, Palikur, Karipuna, Kali’na e Galibi-Marworno, a mais numerosa delas. O tradutor da Justiça Eleitoral, que pertence a etnia Galibi, explica que apensar de cada grupo ter idioma específico, com o conhecimento da língua Marworno é possível assistir aos demais grupos.
“É uma experiência nova que a população indígena vem cobrando há um tempo, espaços dentro de órgãos que atendem o público, que deveriam tem um indígena para intermediar a comunicação. Essa iniciativa da Corregedoria atende justamente essa necessidade”, reforça Orineio Monteiro.
O corregedor eleitoral ressalta a iniciativa inédita na Justiça Eleitoral do Amapá, que detectou a necessidade de melhorar a comunicação com esses eleitores a partir da cobrança dos próprios indígenas nas audiências públicas realizadas nas aldeias.
“Essa é uma primeira experiência, a partir dela, esperamos implementar de forma mais ampla esse atendimento diferenciado para os povos originários”, disse o desembargador Carmo Antônio de Souza.
Além de Oiapoque, no município de Pedra Branca do Amapari também haverá um tradutor indígena da língua Waiãpi para o fechamento de cadastro.
“Buscamos alcançar com isso a inclusão dos indígenas no processo eleitoral, prestando um atendimento mais célere e eficiente”, completou a coordenadora da corregedoria Elinete Nunes.